segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Hoje sou flor na pedra prestes a nascer



Avião
Djavan
Pode quebrar, sofrer, cair, descer, contorcer de dor

Não vou mais me prender a você , fazer o mesmo show

Vou bater na porta da vida , receber e pagar

Sem ter que me entregar a ninguém , seu muito pra mim

É pouco eu quero a paz e viver solto

Vai dizer que sou louco... sou não

Eu me cansei de ser seu avião não vou voar não
Dessa vez...


Só mesmo Djavan pra escrever com maestria sobre as dores das relações amorosas com lirismo, poesia , graça e bom gosto.Essa letra é embalada por um super samba-funk intercalado por um clima bossa meio partido alto. Vale a pena conferir.Escrever sobre desilusões amorosas não é muito minha praia. E na verdade não é isso que vim fazer aqui.

O que chama atenção nas canções desse alagoano é a capacidade de dar resposta a possível frustração com a relação mau sucedida. Vejamos: ''Vou bater na porta da vida receber e pagar / Sem ter que entregar a ninguém/ Seu muito pra mim é pouco....

Djavan expõe características peculiares nos desencontros afetivos: dar muito receber pouco, correr atrás sem ser correspondido, amarrar-se inutilmente a pessoa que te despreza, etc. Mas o que ele nos mostra na verdade que está se lixando pra isso e quem pensa que o ludibriou se deu muito mal.Observe:"Seu muito pra mim é pouco/ Eu quero a paz de viver solto/Vai dizer que sou louco(outro) sou não...Eu me cansei de ser seu avião não vou voar não...''

.Viram? Ele dá uma bela banana pra fulana ludibriadora...Só não aprende com o Djavan quem não quer.É, o amor tem suas nuances, e esse compositor é um que sabe falar com propriedade sobre as mesmas.Outra composição que é um chute na depressão do mesmo compisitor é Pedra. Vamos curtir a letra? Então lá vai:



Pedra
Djavan

Composição: Indisponível
Sede de amor

Febre de anseio

Quase a escuridão

Você partiu, me reduziu,

Amor, me perco em lágrimas

Não mais a vi, desde abril,

Fui pro mar

E você lá deitada na pedra


Que inveja dessa pedra

O que ficou, eu compreendi,

Face àquela visão

O que era amor inda me diz:Pena que tudo acabe...

Um lance novo me despertou

Desde já, só quero estar

Com quem me serve

E, de resto, serei breve!

Nada fica em pé

Pra quem se quebra numa paixão

O mundo é vão

E tudo é só um oco absurdo

Não mais me vejo assim

Tô a pé, mas chego onde vou

Revê-la só foi ruim

Porque nada me causou


Doeu, me ressenti

Quando você me desprezou

Mas hoje estou aqui:Algo como uma flor na pedra

Preste a nascer


Deliciaram-se ? Essa composição assim como muitas outras refletem de maneira madura a meu ver- Pela amor de Deus não estou dizendo que o Djavan teve intenção tal, ou outra intenção qualquer a escrever a letra- sobre questões pertinentes a o amor maduro. Não esse amor romântico que é incutido em nossas cabeças desde a infância. Na minha vã inocência amor romântico é pra embalar novela, baile e rádio que toca música de corno....kkkkkkkkkkkk!Pra descontrair !

Assim como na primeira canção o artista descreve passo a passo o processo de encantamento , fossa, desilusão , e superação e enfim banana pra o desprezo. ...."Mas hoje estou aqui: algo como uma flor na pedra prestes a nascer...''. Prestem atenção: ''Flor na pedra prestes a nascer...''Quem é pedra? Heim? kkkkkkkkk! Ele é magnífico!Comparação metaforicamente perfeita. Linda prosopopeia mental!

Djavan nos da o caminho das pedras. Da a chave da superação para uma história mal resolvida:..."Um lance novo me despertou"..."Revê-la só foi ruim por que nada me causou"... Doeu , me ressenti quando você me desprezou...Mas hoje estou como flor numa pedra(ela a safada) prestes a nascer....É como disse Walter Alfaiate: Pra esquecer um amor arrume outro. Você esquece, é batata. Bom, no caso do Djavan é pedra , Avião nem pensar... É justamente o que as duas canções nos trazem:arrume outra , pule fora , de uma rasteira em quem te desprezou e foda-se!Falo de carteirinha. Sei que quem ler essa lamuria pode vir se identificar! Hahahahahahaha! Não se envergonhem , pode xingar aquela( le) Filha da puta que te cozinhou um tempão e não quis nada com você!Sou mestre em relações mal resolvidas , acho que deveria ter seguido mais os conselhos embutidos nas letras desses autores aqui citados. Como disse, minhas relações são quase sempre mal resolvidas...No entanto estou disposto a catar as pedras e lançá-las pra longe. Renascer com meus erros e no lugar das pedras deixar nascerem flores !

Um abração e deixem de lado as pedras de suas vidas! Beijos!




4 comentários:

  1. Quem não tem ou teve uma história mal resolvida eu como vc tenho várias huahua...
    Mais temos que seguir em frente pq ninguém é o ultimo TRAQUINAS do pacote de biscoito.Amores sempre vêm as vezes ficam outras se vão.
    O tempo sara todas as feriadas alguns aprendem com os seus erros,outros continuam a cometer os mesmo.
    E assim a vida e difícil mais quem e BRASILEIRO não desiste nunca de encotrar um AMOR sim aquele tipo de novela.Algumas mulhers amam esse fantasia de encotrar o homem ideal mal sabem elas que isso não exite e se exiti-se seria um pé no saco(ops!nós mulheres não temos saco kkk).Gostamos do impossível ter algo novo a cada dia.

    Enfim acredito no Amor não o de novela e claro.

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  2. Olá! Realmente você tinha razão.. achei o blog muito interessante com muitas coisas que me interessam...
    sobre o este post... não precisa nem comentar né, Djavan é um grande poeta e principalmente, excelente músico!
    Abç

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  3. Djavan é um poeta e acima de tudo um grande músico.Parece em primeiro momento que esta canção não passa de algo tão profundo como vc mesmo com brilhantismo e sensibilidade soube traduzir as quetões em implicam as relações humanas em particular a amorosa...hoje eu me sinto como esta canção:uma flor na pedra preste a nascer!
    beijocas!
    PSI:continue a nos contemplar com seus textos inteligentes e bem humorados!kkkk

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Camara de Ecos: Nasci sob um teto sossegado, Filho de Pai Árabe e uma Sertaneja Baiana, Agora entre meu ser Eo ser alheio a linha de fronteira se rompeu, A memória é uma ilha de edição, Samba: expressão das etnias negra ou mestiça do quadro da vida urbana brasileira; A quase catatonia do quase Cinema, Júbilo epifânico do Édem. Tenho os pé no chão por que sou de Sagitário.Mas a cabeça, gosto que avoe...